segunda-feira, 30 de junho de 2014

Judite, a Mãe...

Parem os relógios
Cortem o telefone
Impeçam o cão de latir
Silenciem os pianos e com um toque de tambor tragam o caixão
Venham os pranteadores 
Voem em círculos os aviões escrevendo no céu a mensagem:
"Ele está morto"
Ponham laços nos pescoços brancos das pombas
Usem os policiais luvas pretas de algodão.
Ele era meu norte, meu sul, meu leste e oeste.
Minha semana de trabalho e meu domingo
Meu meio-dia, minha meia-noite.
Minha conversa, minha canção.
Pensei que o amor fosse eterno, enganei-me.
As estrelas são indesejadas agora, dispensem todas.
Embrulhem a lua e desmantelem o sol
Despejem o oceano e varram o bosque
Pois nada mais agora pode servir.   
W.H. Auden

Mais triste, do que um sorriso que nascerá eternamente triste, é a tristeza do ser humano. Neste único momento, em que os meus olhos vagueiam naquilo que deveriam ser mensagens que suportam a insuportabilidade da alma de uma Mãe me envergonho do que leio, me envergonho de reconhecer em cada comentário a crueldade de quem nunca perdeu quem ama.
Há cerca de 2014 anos atrás alguém o disse e hoje o repito...
"Perdoa Pai...eles não sabem o que fazem!"

Que os anjos a protejam Judite...se é que tem asas suficientes para acalmar tal dor...

Sem comentários:

Enviar um comentário