quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Coisas que eu sinto #5


De todas as características que o ser humano tem, umas melhores, outras piores...há uma que me mexe com a entranhas! Uma, que me mexe com sentimentos que eu nem sabia que existiam até assistir a essas ceninha. E não, não são sentimentos de que me orgulhe...
COVARDIA...não suporto, não tolero, não admito!

Revolta-me, dá-me náuseas, não consigo entender porque alguém (supostamente, no seu perfeito juízo) faria mal a outro alguém que é "seu inferior", alguém menos forte, menos resistente, com menor capacidade de defesa, não inferior no real sentido da palavra, mas menos preparado por qualquer que seja a circunstancia...um deficiente motor, um animal, um idoso, um bebé...um homem ou uma mulher sem capacidade de reacção...
Hoje conversávamos até onde o ser humano consegue chegar...e realmente ninguém sabe...eu não sei até onde chegaria face à covardia...mas aqui sentadinha a avaliar, não gosto do que sinto...mas não gosto mesmo!

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

EU CONFESSO #13


Querida Inês,
andava há meses a namorar uma caneta ou a coragem para pegar no telefone e te ligar, mas é quase impossível combater o medo que sinto que me recuses e desligues o telefone antes de ouvires duas palavras que sejam...
Decidi escrever, assim nem saberei se estás a ler-me ou não e fico na ilusão que não rasgarás esta carta antes de a abrires!
Sei que o que fiz não tem perdão mas preciso que me perdoes. É um novo ano, um novo começo, se toda a gente acredita, eu também preciso acreditar!
Diz-me...é verdade que me esqueceste? Que esse sorriso na tua face é verdadeiro?
Eu sei que o tempo não pára, mas a saudade faz tantas vezes as coisas pararem no tempo. Parou o teu? Tempo...quero dizer...
A saudade é assim um pouco como a fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida...
Inês...a minha saudade é a minha alma a gritar onde quer voltar!
A saudade é não saber. E eu já não sei o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não sei como encontrar tarefas que me cessem o pensamento, não sei como frear as lágrimas diante de uma música, não sei como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Perdoa-me...perdoa-me por te amar de repente sem nunca ter descoberto o quanto já te amava antes...
Perdoa-me as horas que passei à sombra dos teus beijos, os minutos distraidos ao som do teu toque, os segundos perdidos no teu aroma...pêssego...
Eu não sei perder. Nunca perdi e tu sabes disso. Este sabor amargo que pinta os meus dias já não me abandona...
Sei o que me vai alimentar e fazer sobreviver. É aguardar a chegada de uma resposta tua que eu sei que não virá. Mas vou ter hipóteses, nunca saberei se o carteiro falhou...se me enviaste directo para o caixote do lixo ou se o teu coração amoleçeu quando me reencontras-te mas não me queres dizer...
Guarda estas palavras que te escrevi...se não podes perdoar-me pelo menos não esqueças que existi.
Fui real....Sou real...
Se já não me amas, pelo menos odeia-me...
Mas sente alguma coisa por mim...
Sempre teu,
Pedro